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Forum Braga acolheu a Cerimónia de Encerramento da XVI Conferência Anual da Rede das Cidades Criativas da UNESCO
A cidade histórica de Braga recebeu a XVI Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas da UNESCO (UCCN) de 1 a 5 de julho. Sob o tema "20 Anos de UCCN: Trazendo a Juventude para a Próxima Década", o evento destacou o papel da criatividade e cultura na construção de cidades resilientes e inclusivas, com especial foco na participação dos jovens.
Ricardo Rio, presidente do Município de Braga e InvestBraga, mostrou-se satisfeito com o resultado deste encontro, que culminou na Cerimónia de Encerramento no Forum Braga: “Trocamos visões e experiências, criamos oportunidades de desenvolvimento de projetos no futuro.”
Para o presidente, esta conferência da UNESCO é um marco na valorização da cultura na política global. Dirigindo-se a Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o edil destacou a esperança de tornar a cultura num dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conforme assinado no Manifesto de Braga, que será levado às Nações Unidas para inclusão na agenda pós-2030. “O manifesto de Braga é um atestado de que nós abraçamos as nossas cidades!” – afirmou Ricardo Rio.
Paulo Rangel, nomeou Braga como a cidade ideal para receber esta Conferência, destacando as suas características cosmopolitas e multiculturais, herança histórica e religiosa e foco nos jovens. Segundo o ministro, a resiliência e a capacidade de se reinventar são características de uma Cidade Criativa: “Apenas cidades assim perduram por 2000 anos. Criatividade é inovação e é preservação da essência. Se uma cidade não é capaz de promover a criatividade na ciência, na cultura, na tecnologia, na pesquisa e nas áreas socioeconómicas, não conseguirá enfrentar o futuro.”
A razão pelo qual o futuro da humanidade está relacionado com as cidades é, para Rangel, a natureza de acolherem a diversidade. “Enquanto o Estado tem como problemas a desigualdade e o preconceito, difíceis de resolver, as cidades são referências na promoção de espírito de pertença e de valores de inclusão. Tem de se olhar para as cidades para resolver estes problemas”. Refletindo sobre a guerra, aponta uma solução: “Os conflitos que têm partido o nosso coração são resultado de, para além questões políticas e económicas, uma falta de conhecimento e de diálogo com o outro. Nós temos de cultivar a cultura, que traz com ela a capacidade de compreensão, a estabilidade, a segurança e a paz.”
Ernesto Ottone R., diretor-geral para a Cultura da UNESCO, destacou o sucesso da edição deste ano, que contou com a mais alta participação de sempre. Mais de 250 cidades criativas se juntaram em Braga. Cada uma demonstrou empenho em criar colaborações mais sustentáveis para suas comunidades. “Para a próxima década, fica evidente o poder desta rede de conexão, onde se empoderam as cidades e as próximas gerações. Estamos a criar as cidades de amanhã.”
Nesta semana alcançou-se a meta do firmamento do Manifesto de Braga. “Não podíamos ter imaginado uma melhor maneira de celebrar o vigésimo aniversário das Cidades Criativas da Unesco e de reforçar a nossa visão. Estamos muito felizes por estar em Braga”. Neste encerramento, juntou-se ao Manifesto de Braga o presidente da cidade de Mérida, Antonio Rodríguez Osun.
A instalação imersiva "re.forum" de João Martinho Moura, António Rafael e Miguel Pedro foi apresentada no Grande Auditório do Forum Braga. A peça transformou o espaço na história de Braga, no seu património, raízes e instituições. Este é um trabalho artístico que amplia as possibilidades de ligação entre património, memória, identidade e novas tecnologias.
O último dia de atividades passou pela Sessão de Coordenação de Grupo; Sessão Plenária de Apresentação dos Relatórios das Sub-Redes; Sessão da Cidade Anfitriã da UCCN; e Cerimónia de Encerramento.
A tarde deu lugar a Explorar Braga, segundo o mote "Mantemos sempre a nossa porta aberta”. Os participantes foram convidados a descobrir as ruas, a mergulhar na cultura local, a abraçar a natureza e a ligar-se ao rico património. Através das suas descobertas, experienciaram o espírito de abertura, generosidade, honestidade e sinceridade da cidade, encapsulado na expressão local.
O Forum Braga foi o principal palco deste encontro, oferecendo uma programação rica e diversificada. As atividades incluíram sessões plenárias, workshops, e debates centrados na governança cultural, iniciativas de investimento, e colaborações intersectoriais. As sessões plenárias contaram com discussões lideradas por especialistas internacionais sobre a integração da criatividade nas políticas urbanas. Nos workshops temáticos, os participantes puderam envolver-se em atividades interativas focadas em áreas como a arte digital, sustentabilidade, e inovação social. Além disso, houve apresentações de projetos, exibindo iniciativas criativas e culturais de várias cidades da rede UCCN.
A programação adicional incluiu o Ágora Be-Creative, um distrito criativo em Braga que ofereceu encontros interativos e experiências culturais abertas a delegações e habitantes locais. O Fórum dos Presidentes discutiu políticas culturais e estratégias de desenvolvimento urbano. Foram também organizados roteiros sustentáveis, promovendo o turismo mais sustentável e ecológico, com interação próxima com as comunidades locais.
Os cerca de 800 participantes tiveram oportunidade de se envolver em programas imersivos nas cidades criativas do Norte de Portugal, como Amarante, Barcelos e Santa Maria da Feira, conhecendo a riqueza cultural e inovadora destas regiões.
Presentes neste encontro estiveram, entre outras personalidades, Denise Bax, secretária da Rede das Cidades Criativas, Andre Sobczak, secretário-geral das Eurocidades, e Dalila Rodrigues, ministra da Cultura.
Braga, cidade reconhecida como Cidade Criativa da UNESCO na área das Media Arts desde 2017, combina tradição e inovação, tendo sido o local ideal para acolher este evento global.